o milenio
O reino milenar de Jesus
Por ;Francisco R. Ferreira repassando
Este livro foi digitalizado com
o intuito de disponibilizar literaturas edificantes à todos aqueles que não tem
condições financeiras ou não tem boas literaturas ao seu alcance.
Muitos se perdem por falta de conhecimento como diz
a bíblia, às vezes por que muitos cobram muito caro para compartilhar este
conhecimento.
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Espero que esta obra lhe traga edificação para sua
vida espiritual.
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O Autor
João de Oliveira nasceu no dia 24 de agosto de
1911, em Rio dos índios Estados do Rio de Janeiro. Era filho de Joaquim Antônio
de Oliveira e de Ana Ferreira de Oliveira, uma crente fiel. Aos 20 anos de
idade e já bancário, João de Oliveira aceitou Cristo como seu Salvador em
janeiro de 1931 e, em março do mesmo ano, recebeu o batismo com o Espírito
Santo. Onze dias após, foi batizado em águas pelo missionário Gunnar Vingren,
que era o pastor da Assembleia de Deus de São Cristóvão, que então funcionava
em salão alugado na Rua Figueira de Mello.
O irmão João de Oliveira era exímio clarinetista e
violinista, e participava da banda de música da igreja, cooperando também nas
pregações, nos cultos ao ar livre. Nesse tempo sentiu a chamada de Deus para o
santo ministério. A 19 de dezembro de 1937 foi consagrado pastor, e a 2 de
abril do ano seguinte contraiu matrimônio com Dulce Fabiano, que foi sua fiel
ajudadora durante mais de 40 anos. Da feliz união, nasceram vários filhos. No
seu longo ministério, pastoreou várias igrejas, entre as quais a Assembleia de
Deus em Salvador, Bahia, da qual foi co pastor; a de Uberaba (por duas vezes),
a de Itajubá (por duas vezes) e a de Ouro Fino, todas em Minas Gerais; a de
Cravinhos, Ribeirão Preto (por duas vezes), a de Catanduva, a de Marüia, e a de
Pindamonhangaba (esta também por duas vezes), no Estado de São Paulo.
Teólogo que era, encaminhou vários filhos na fé, que hoje
são pastores. Foi doutor na Palavra, e ensina dor emérito, além de sincero
conselheiro. Vivia o que pregava, como um dos grandes servos de Deus. Embora
bem sucedido nas igrejas que pastoreou, sentiu que Deus o queria especialmente
no ministério do ensino, por isso passou a dedicar-se exclusivamente a ele,
atendendo sempre aos inúmeros chamados que as igrejas em todo o Brasil lhe
faziam, para ministrar a Palavra.
Durante 20 anos consecutivos, foi um dos comentadores das
Lições Bíblicas para Jovens e Adultos, para as Escolas Dominicais. Como teólogo
foi um dos fundadores do Instituto Bíblico das Assembleias de Deus em
Pindamonhangaba, no qual lecionou durante quase 20 anos.
Além de colaborar com artigos doutrinários para os
periódicos da CPAD, escreveu vários livros: "Mordomia Cristã, o
Dízimo", "Sê tu uma bênção", "Confronto Doutrinário",
"O Milênio" e o "Apocalipse".
Em 1966, quando pastoreava a igreja em Pinda, sofreu trombose
cerebral, que agora se repetiu provocando o desenlace. Conforme testemunho
médico, quando sofreu a primeira trombose faleceu, mas o missionário
J.P.Kolenda, que o foi visitar, orou, pedindo ao Senhor que concedesse ao
pastor João de Oliveira mais anos de vida, a fim de que pudesse cuidar dos
filhos ainda pequenos. O Senhor ouviu a oração e restaurou lhe a vida. Todavia,
o pastor João durante as horas em que esteve morto, foi ao Paraíso, onde viu
muitas coisas, das quais falava ás igrejas, e por fim gravou um LP com o título
"Maravilhas que o Senhor me Mostrou". É um testemunho extraordinário.
Atendendo ao convite do pastor Sebastião Rodrigues, da Assembleia
de Deus em Cuiabá, Mato Grosso, dirigiu seu último estudo da Palavra de Deus
por ocasião da Escola Bíblica comemorativa do aniversário do templo daquela
igreja, realizada em 1980, pois faleceu a 9 de julho daquele mesmo ano,
vitimado por uma trombose cerebral. Foi sepultado em Pindamonhangaba, de acordo
com o desejo que em vida manifestara. Dele disse o pastor Túlio Barros
Ferreira, do Rio de Janeiro: "João de Oliveira deixa uma grande lacuna,
porque ele foi um dos maiores ensinadores que tivemos um verdadeiro mestre,
segundo Efésios 4.11. Homem humilde, ele exerceu nas Assembleias de Deus um
ministério profícuo."
João Pereira de Andrade e Silva
1- Que é o Milênio?
No Milênio, Cristo estabelecerá seu domínio na
terra, nos céus e nos mares. Será um tempo sem precedentes na história da
humanidade.
Constantemente ouve-se entre os crentes esta
interrogação: - Que é o Milênio? -Realmente, existem interpretações que são
amontoados de erros doutrinários; que fazem do Milênio uma verdadeira
aberração. Uns fazem dele um "Reino" especial, tomando como partida
os 144 mil, AP 14.1; 7.1, mas esses pertencem às tribos de Israel, os quais
serão selados para dias especiais, AP 7.4,5. Outros há que já estão formando um
reino aqui na terra, como os mórmons.
- Que é o Milênio? - O Milênio é um período de mil
anos, predito pelos profetas como sendo o reinado Messiânico, ou seja, o
reinado do céu estabelecido na terra,inaugurando uma nova era espiritual, a
sétima dispensação, um tempo probatório, especialmente para os que nascerem na
época dourada em que Satanás estiver preso. O Milênio não é o fim nem a
consumação de todas as coisas, como alguns supõem, mas um tempo de provação e
de preparação para o desfecho completo da obra de Deus, quando então o Senhor
Jesus, depois de dominar todas as coisas, entregará o reino ao Pai, lCo
15.24-28.
Há nas Escrituras uma infinidade de textos referentes ao
Milênio. Um dos primeiros, embora seja muito usado, não encontramos nele a
palavra Milênio, mas seu sentido profético fala de um tempo em que Cristo
reinará na casa de Judá, Gn 49.10: "Não se apartará de Judá o cetro, nem a
vara de comando de entre seus pés, até que venha Aquele (Cristo) de quem ele é,
e a esse obedecerão os povos", (VB). Aqui vemos a predição da vinda e do
estabelecimento do reino Messiânico. Ao Senhor Jesus, como rei de Judá, com a
vara de comando, que fala de seu governo de poder e de autoridade, todos os
povos hão de obedecer.
Quando Deus criou o homem colocou sob seu domínio os
peixes, os répteis, as aves e todos os monstros, Gn 1.26. Infelizmente, por
causa do pecado, o homem perdeu esse domínio, embora tenha pretendido sempre,
com força bruta, dominar sobre a terra. Deus, ao criar o homem, dotou-o de
faculdades instintivas, além da razão e tirocínio psicológico. Criou-o capaz de
viver uma vida espiritual segundo o plano do seu Criador. No entanto, o pecado
deturpou a criatura feita à semelhança do Criador, Gn 1.26, reduzindo-a a um
ser inferior, como nos diz Pedro: "Mas estes, como animais sem
razão", 2Pe 2.12. O propósito divino foi criar um ser capaz de
governar a terra e de povoá-la, um ser que recebesse, para o exercício do seu
domínio, a bênção de Deus, Gn 1.28. Como seria o globo terráqueo se Adão não
tivesse transgredido as ordens de Deus?! Por certo continuaria sendo um
paraíso. Seria o reino dos céus implantado em toda a natureza - esse era o
plano do Altíssimo. Com isso, poderíamos ver na terra formosa os homens
vestidos de roupagens luminosas, as vestes espirituais dos entes celestes. Como
Deus, que é coberto de luz como de um manto, nós seríamos revestidos, SI 104.2.
Quando Elias subiu ao céu, deixou suas vestes naturais para receber as
espirituais, vestes permanentes, 2Rs 2.13. Os arqueólogos descobrem os milhões
de anos e vão à fantástica era arqueozônica; isto equivale dizer que vão além
de milhões de anos. Entretanto, o Sagrado Livro diz somente: "No princípio
criou Deus os céus e a terra", Gn 1.1. Se a terra existe há milhões de
anos, encontramos na Bíblia "No princípio..." Esse princípio é
indefinível pelo saber humano. É possível que durante o período caótico, a
terra toda fosse verdadeiro paraíso, tendo como governador aquela criatura que
se elevou contra o próprio Criador, Is 14.12-17; Ez 28.11-18 onde vemos tudo
perfeito, belo e maravilhoso.
Lúcifer, que significa portador de luz, naturalmente
fora criado para serviços especiais. Em Isaías 14 e Ezequiel 28.11-18 onde
vemos tudo perfeito, belo e maravilhoso.
Lúcifer, que significa portador de luz, naturalmente
fora criado para serviços especiais. Em Is 14 e Ezequiel 28 ele é, segundo a
lei da dupla referência, como um homem, quer como rei babilônico, quer como rei
de Tiro. Por esses dois textos podem compreender que, com sua queda, Satanás
mergulhou nas trevas por muitos séculos, Gn 1.2. E, quando Deus deu forma ao
vazio da terra, criou um jardim aprazível, de onde deveria sair a palavra de
ordem e de domínio. Éden seria o centro do governo, com toda a riqueza e
esplendor, e Adão seria o governador de toda a terra, Gn 1.27. Com a queda de
Adão, até o próprio Éden foi destruído e desfeito. Vemos agora um ser
humilhado, envergonhado e expulso do seu lugar; sujeito também a todas as
vicissitudes.
O homem passou a ser igual a Deus, mas no sentido
inverso, pois sabia a ciência do bem e do mal, mas não tinha domínio
espiritual, Gn 3.22. Começou então uma série de mudanças sucessivas nas
dispensações: estava o homem agora sob o domínio da consciência, no que falhou.
Veio a dispensação do governo humano; também nesta o homem falhou. Veio a da
lei, com poder e autoridade, mas ainda houve falha por parte do homem. Então
Deus propôs uma dispensação graciosa, com domínios especiais, pondo de lado os
delitos que haviam sido cometidos no passado, sob a tolerância de Deus, Rm
3.25. Ainda na graça os homens têm falhado, embora cercados de misericórdia
pela obra redentora do Calvário, Ef 1.7.
Mas a dispensação da graça, com todos os seus recursos,
está no seu término, quando haverá um período de transição conhecido como os
"tempos do Apocalipse", tempo da angústia de Jacó, Jr 30.7, quando
Deus se volta para tratar diretamente com os judeus. E,
após esse período, também chamado a Grande Tribulação, será
implantado o reino Messiânico, dispensação milenar, ou, ainda, o reino do céu.
Será um tempo sem precedentes na história da humanidade. Satanás será preso, e
as hostes espirituais nas regiões celestes serão aniquiladas. Cristo
estabelecerá seu domínio na terra, nos céus e nos mares - no universo, AP
11.15; 20.4. Nesse tempo os homens estarão plenamente conscientes da glória de
Deus manifestada nos céus, Is 59.19; Ef 1.21-23; Cl 1.16.
Deus escolherá a Palestina como centro de governo. Os
males que assolam a humanidade serão banidos da terra, tais como enfermidades,
e crueldades dos homens e dos animais, Is 11.6-9; 35.5,6. A terra será de uma
fertilidade nunca vista - um jardim bem regado, Is 35.1,2; Jr 31.12. Os homens
voltarão à antiga longevidade; terão seus dias como as árvores, Is 65.22.
Haverá nascimentos em profusão durante o Milênio, Zc 8.5. Muitos se converterão
ao Senhor, e os apetrechos de guerra serão mudados em ferramentas agrícolas, Is
2.4; Mq 4.3. Haverá salvação pelo conhecimento do Senhor e pelo juízo do
Altíssimo, como está escrito: "Eis que salvarei o meu povo...", Zc
8.7; Sf 3.19.
O conhecimento de Deus durante o Milênio será em toda a
sua plenitude, Is 11.9. Os judeus serão tão importantes naquela época que
muitos gentios desejarão ter o nome deles como tutela espiritual, Is 4.1; Zc
8.23. Os embaixadores de todas as nações irão a Israel, a fim de tributar-lhe
honras, por causa da magnífica glória do Senhor que existirá
em Jerusalém, Is 2.3;45.14; 55.5; Zc 8.21,22; Ap 21.24,26.
Em nossos dias muitos vão em viagem de turismo à Europa,
Ásia e América etc, mas no Milênio irão a Jerusalém, a fim de receberem
instruções espirituais, Is 2; Mq 4. Poderíamos citar inúmeros textos para
provar que o Milênio será um reinado com base e feições materiais, muito embora
haja, então, pleno domínio espiritual, porque o Milênio consiste em plantar, comer,
beber, viver em prazer santo, e em adorar o Senhor.
Entretanto haverá um povo que durante o Milênio estará
envolvido em glória e não sujeito a forças físicas da natureza, pois os seus
corpos serão como os dos anjos nos céus, Lc 20.36-50. Eles estarão em corpos
glorificados. Esse assunto, porém, reservaremos para o capítulo V. O Milênio
será um tempo em que Deus vai, mais uma vez, provar os homens e realizar obras
maravilhosas sobre a terra, as quais farão reunir os ouvidos. Nessa época serão
estabelecidas a justiça e a paz divinas, e a ordem no cosmo.
O Senhor Jesus será contra os terríveis vendavais e
furacões, Is 32.2. Enfim, todas as coisas que assolam a humanidade serão
dominadas por Ele. O céu será mais claro de dia, e as noites menos escuras,
pois o sol brilhará sete vezes mais, e a lua será como o sol, e as estrelas
refulgirão com mais intensidade, ls 30.26. Sobre a cidade de Jerusalém haverá
um resplendor de glória, Is 4.4-6.
Na parousia isto é, na manifestação do Senhor
Jesus em glória, os ímpios serão consumidos pelo terror, especialmente os que
aderiram à Besta. Durante o Milênio os tais estarão recebendo o seu pagamento,
com os seus chefes, Ap 19.19-21. Muitos hão de se converter ao Senhor e a Ele
se submeterão por medo e terror, depois serão provados, Ap 20.7-9. "Porque
Jeová é o nosso juiz, Jeová é o nosso legislador, Jeová é o nosso rei, Ele nos
salvará", ls 33.22. Esse texto faz referência ao reino Messiânico. Diz
mais Isaías falando sobre o Milênio: "... até que saia a sua justiça como
um resplendor, a sua salvação como uma tocha acesa...", Is 62.1.
Está provado pelas Escrituras que a salvação será
estabelecida, não por graça, pois a dispensação da graça já terá passado, mas
se salvarão pelo conhecimento do Senhor e pela sua glória, Jr 31.33,34. Para o
reino Messiânico encontramos nas Escrituras palavras como: perdão, salvação,
cura, redenção etc, ls 45.17; 33.24.
O reino milenar não é tal como o definido pelas
"testemunhas" de Jeová, pois a Escritura apresenta o reino de Jeová
como messiânico. O reino de Jeová é teocrático, isto é, nele é Deus quem governa
e governa em todos os setores, e sobre todos os reinos. 'Governa física, moral,
social e espiritualmente. A previsão do reino do Senhor é encontrada direta ou
indiretamente em toda a Escritura, especialmente nos Salmos e nos Profetas.
Quem examinar este assunto nos citados livros, principalmente no do profeta
Isaías, que é o profeta messiânico ou o evangelista do Velho Testamento,
encontrará centenas de textos referentes ao Milênio ou reinado de Cristo.
Nessa época Jerusalém será vista em glória como a cidade
celestial, Is 2.2-5; Ap 21.10; 22.25. Em Jerusalém haverá uma espécie de dossel
(sobrecéu) da Jerusalém terrestre. Is 4.5,6; Ap 20.4,6. O profeta Jeremias nos
diz: "Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo
justo; como rei, reinará; procederá sabiamente e executará juízo e justiça na
aterra; nos seus dias será salvo Judá e Israel habitará seguro, Jr 23.5.
Como já foi dito, pelo conhecimento da glória do Senhor
muitos serão salvos e converterão até os instrumentos bélicos em ferramentas de
utilidade agrícola., A mudança se verificará nas águas, Ez 47.6-12, na terra
com lavoura produtiva, Is 30.23, etc, nos animais, que se tornarão mansos, Is
65.25, e entre os homens haverá paz e entendimento espiritual, Is 60.21; 65.19;
66.12; 55.12. Naquela época o Espírito Santo escreverá as leis de Deus no
coração do povo. Os que estão num corpo físico sujeito às leis naturais,
gozarão da presença de Deus, Hb 8.10; Zc 14.9.
No Milênio Israel estará de posse de todo o seu
território prometido por Deus a Abraão que nunca chegou a ser conquistado.
"Os mansos herdarão a terra", Mt 5.5; SI 37.11. Essa promessa é feita
a Israel, ainda que os gentios possam usufruí-la também. Nem mesmo no reinado
de Salomão, quando Israel teve a sua maior extensão, não chegou a ocupar todo o
território prometido por Deus a Abraão. O Milênio será um tempo glorioso,
quando haverá bênçãos especiais, e será estabelecida a glória de Israel em toda
a sua plenitude, Dn 12.12. Todos os que alcançarem materialmente o reino milenar
gozarão de saúde, felicidade e paz, com a presença do Senhor. Aí Deus se
manifestará como "Jeová-Shama", que quer dizer: O Senhor está
ali. Que Deus nos ajude a participar das gloriosas bênçãos em nome do
Senhor Jesus.
2 - Quando será o Milênio?
Logo depois da Grande Tribulação e de se cumprirem
todos os acontecimentos preditos para a 70ª Semana profética de Daniel, Jesus
descerá sobre o Monte das Oliveiras e inaugurará o seu reinado na Terra
A pergunta do texto nós a ouvimos constantemente: em
nossas palestras diárias, em nossas Escolas Dominicais e mesmo por
correspondência. Há os que materializam tanto o Milênio que este chega a perder
o sabor espiritual; outros há que o espiritualizam tanto que o alvo doutrinário
torna-se em miragem. O Milênio, reino dos céus ou reinado de Cristo são
palavras usadas para expressar o período dispensacional. Há também os que, com
grande número de citações bíblicas, torcem a doutrina e invertem os papéis, não
dando o verdadeiro lugar à revelação bíblica sobre o assunto. Devemos ter
cuidado para que os inúmeros textos referentes aos judeus não se confundam com
os que se referem aos gentios.
Este capítulo pergunta: - Quando será o Milênio?
Respondemos: O Milênio se dará depois da setuagésima semana de Daniel, ou seja,
depois da Grande Tribulação, que é o período conhecido como a angústia _de
Jacó, Jr 30.7. Daniel, ao interpretar o sonho do rei Nabucodonosor, viu a pedra sem
mãos rolando dos altos, vindo a bater na magnífica estátua. Isso acontecerá
justamente quando o Anticristo estiver no seu apogeu de glória. Dar-se-á no
segundo advento de Cristo, rio qual haverá duas fases. Na primeira Ele virá
buscar os seus, a Igreja, composta dos crentes já falecidos e dos militantes.
Aqueles serão ressuscitados e estes arrebatados, Mt 24.41; lTs 4.16,17; Ap
3.10. Há outros textos que confirmam este ponto doutrinário.
Na segunda fase, isto é, após o arrebatamento e a
ressurreição dos santos, como a respeito já foram citados alguns versos, haverá
um período de falsa paz, lTs 5.3; quando os homens andarão dizendo: "Há
paz e segurança". Segundo esse texto, podemos crer que no abrir do
primeiro selo, Ap 6.10, haverá um tempo de falsa paz e de falsa segurança., Não
confundamos esse cavaleiro do primeiro selo com o do capítulo 19 do mesmo
livro. Muito embora haja os que interpretam que o cavaleiro branco do primeiro
selo é o triunfo do evangelho após o rapto da Igreja, isso não é correto.
Muitos vão aderir ao Anticristo, aceitando-o como
mediador e conselheiro espiritual, como está escrito: "Ele (o Anticristo)
fará um concerto com muitos por uma semana (sete anos) e, na metade da semana
(três anos e meio), fará cessar o sacrifício e a oblação", Dn 9.27.
Certamente é nessa época que haverá um tempo de falsa paz. O Senhor, instruindo
seus discípulos, disse: "Logo depois da aflição daqueles dias o sol
escurecerá... "Logo depois daqueles dias" quer dizer que o
Milênio será depois da Grande Tribulação, no fim, quando se dará a guerra do
Armagedom, então o Senhor porá seus pés no Monte das Oliveiras, Zc 14.4 e
aparecerá em glória, Mt 24.30. Isso concorda com Ap 19.11, quando o Senhor
descerá do céu com seus santos para ser glorificado, 2 Ts 1.10, e destruir os
poderes do Anticristo com o sopro de sua boca, 2Ts 2.8.
Antes de Cristo estabelecer o seu reino, haverá um
período de preparação, como é predito por Daniel. Esse período é de duas mil e
trezentas tardes e manhãs; é o período que vai da quebra do concerto até o
Milênio, Dn 8.14. Devemos comparar este verso com 12.12 do mesmo livro, o qual diz:
"Bem-aventurado é o que espera e chega aos mil trezentos e sessenta e
cinco dias." Isso naturalmente se refere aos que esperavam ver o reino
milenar, o estabelecimento do reino dos céus e o julgamento das nações, Mt
25.31. Com isso, a pergunta está respondida, pois o Milênio só será
estabelecido depois da Grande Tribulação, com a volta de Cristo, como foi
anunciado pelos anjos, At 1.11.
Houve um período na história eclesiástica que muitos
julgaram ser a época do Milênio. Essa época foi especialmente a dos séculos VI
a XVI, quando parecia que a Igreja estava com todos os poderes sobre os
governadores e reis da terra. Mas foi, antes, a época do obscurantismo. Uns têm
a idéia de que no Milênio serão feitas diversas reformas, como a agrária e
outras, tudo num melhoramento sucessivo. Há, ainda, os que julgam que o Milênio
será nos céus, e que Satanás andará na terra sobre corpos mortos. Assim pensam
interpretando mal Is 66.22-24. Essas doutrinas não passam de um amontoado de
deturpações da palavra Milênio.
Paulo diz: "Convém que Ele reine até que haja posto
todos os inimigos debaixo de seus pés, e a morte será o último a ser destruído,
lCo 15.25,26. Isso se dará no fim do Milênio, quando Satanás for solto e sair a
seduzir as nações contra Israel, o povo santo, e contra a cidade amada.
Primeiramente o Senhor descerá do céu e batalhará contra a Besta e o Falso
Profeta, 2Ts 2.8; Ap 19.11-20. Então Satanás, nessa época, será aprisionado, Ap
20.1,2. Mil anos depois será culminado o plano de Deus, Ap 20.7-10. O Armagedom
será uma batalha terrível, quando sangue será derramado sem precedência na
história, Ap 14.20; 16.16; 19.10; Jl 3.12-14. Que o Senhor nos dê graça para,
nessa época, estarmos na glorificação do Senhor! Amém.
3 - Como será o Milênio?
Mil anos de paz e justiça sobre uma Terra
restaurada, totalmente liberta da poluição, do ódio e de todos os terríveis
efeitos do pecado.
Já temos, em parte, respondido a pergunta do
título, entretanto, o pensamento doutrinário a respeito traçaremos aqui,
expondo alguns pensamentos de acordo com a Palavra de Deus. Na primeira parte
apresentamos o Milênio do lado material e físico, embora glorioso; desejamos
agora descrever como será o Milênio de acordo com a visão profética. Apesar de
ser essa dispensação um período probatório para as criaturas, é conhecida como
o reino de Davi (constituído com promessas feitas a Davi) e nela, diz a
Escritura: "... será estabelecido para sempre o teu trono", Lc
1.32,33,69,70. Os profetas tiveram visões com respeito ao futuro de Israel e
alguns viram a glória, o "shekinah" de Deus sobre as alturas dos
montes de Sião. Gostaríamos de citar todas as referências sobre esse tão
importante assunto, mas temos de nos limitar, para podermos concluir o
pensamento. O apóstolo João viu a cidade, a Nova Jerusalém descendo dos céus
com tal esplendor que deslumbra os mortais, Ap 21.10 etc. Ele nota que a cidade
desce, mas não toca à terra, Ap 21.2. Enquanto os profetas viram a glória dessa
cidade sobre os montes de Sião, Jerusalém terrestre, João vê a da Jerusalém
celeste, dizendo: "As nações caminharão na sua luz...", Ap 21.24;
naturalmente as nações que ficarem após a grande tribulação. Assim, notamos,
segundo a Palavra de Deus, duas cidades: a terrestre e a celeste. Uma está
embaixo e a outra nos ares, com muita glória. Naqueles dias sairá a palavra de
ordem de Sião (a cidade celeste), e será anunciada em Jerusalém terrestre, Is
2.3. Quanto ao tamanho da cidade celeste, é impossível descrever com algarismos
de matemática. A cidade será imensurável! Vejamos: 12 mil estádios
multiplicados por 185, e o resultado elevado à terceira potência, dará a medida
cúbica da cidade: dez bilhões novecentos e quarenta e um milhões e quarenta e
oito mil quilômetros.
Mas esse número é ainda pequeno para calcular o que, em
realidade, são as grandezas do Altíssimo, e a maravilhosa cidade Celestial! Foi
certo o que Jesus disse: "Na casa de meu Pai há muitas moradas...",
Jo 14.2. Note bem: há moradas preparadas.
Durante o Milênio, a glória de Deus será manifestada de
um modo imprevisto, pois, segundo Isaías, durante aquela dispensação a cidade
Celestial iluminará com glória a cidade de Jerusalém terrestre, tal como
sucedeu com Israel no deserto, quando uma nuvem de glória os acompanhou,
guiando-os até a terra prometida, dando sombra de dia, e luz de noite, Ex
14.19,20; 40.34-36. Isaías descreve algo sobre isso quando diz: “Então a lua se
confundirá e o sol se envergonhará, porque Jeová dos Exércitos reinará em Sião
e em Jerusalém; na presença dos seus anciãos haverá glória”. Is 24.23.
Tamanha será essa glória que tanto a lua como o sol
ficarão conturbados. E os povos, moradores de Jerusalém, darão gritos por causa
da majestade do Senhor; até do mar se ouvirão, de muito longe. Concluímos que o
"shekinah" divino será tão majestoso que muitos irão a Jerusalém para
contemplá-lo, por causa de sua glória. Zc 8.22,23; Mq 4.2; Ap 21.26. Portanto
na dispensação milenar haverá uma mudança excepcional, primeiro porque a glória
do Senhor será manifestada, e segundo porque Satanás será aprisionado, Ap 20.
Contudo ainda não será tirada a maldição da terra: morte, doenças, etc, Zc
14.12-16; Is 65.20.
Nesse sentido, Paulo instruiu a igreja de Corinto,
dizendo: "É necessário que Ele reine até que ponha todos os seus inimigos
debaixo de seus pés (falando do reino milenar). O último inimigo que será
destruído é a morte; porque todas as coisas lhe serão sujeitas. Claro é que se
excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas", lCo 15.25-27. Somente no
fim do Milênio a morte e todos os poderes infernais serão totalmente
destruídos, na completa obra de Cristo no seu reinado, lCo 15.55,56; Rm 16.20;
Hb 2.14,15. Isso concorda com a doutrina bíblica.
Como já iniciamos no capítulo anterior, há os que concebem
um reino fora deste mundo. A terra, nesse tempo, estaria toda corrompida; cheia
de corpos mortos e exalando um cheiro nauseante. Satanás andaria de um lado
para outro, sem poder tentar, uma vez que todas as criaturas estariam mortas.
Isso, como já dissemos, é tirado de Is 66.22-24 interpretando-se ao pé da
letra. É provável que, durante o Milênio, Deus deixe alguns corpos mortos, como
sinal, num lugar qualquer, para servir de lembrete aos que nascerem durante a
dispensação, para que estes vejam o fim dos desobedientes e rebeldes.
Nesta altura surge a pergunta: - Onde estará a Igreja
nessa época? - Para tal resposta, aguardamos os capítulos seguintes.
Primeiramente no Milênio haverá paz e justiça sobre a terra, muito em especial
no que diz respeito à política governamental do Senhor Jesus, Is 11.5. Os
animais terão mudança de instinto: perderão a ferocidade e deixarão de ser
carnívoros, passando a herbívoros, Is 11.6-9; 65.25.
Quanto ao estado de saúde no tempo milenar, diz
a Escritura que "Nenhum morador dirá: estou doente...", Is 33.24;
"No dia em que Jeová atar as feridas do seu povo, e curar o golpe da sua
chaga", Is 30.26. Os cegos, os surdos, os mudos e os coxos receberão cura
naquela época,
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