domingo, 2 de março de 2014

O reino milenar The millennial kingdom part 2

O reino milenar The millennial kingdom

o milenio

Is 35.5,6; Zc 13.1 (VL). Portanto, oitenta por cento das enfermidades serão banidas da face da terra; para isso haverá os recursos da parte de Deus na própria natureza, Ez 47.12; Ap 22.2. Aqui está tanto o espiritual como o material.
Pergunta-se, então: Não haverá morte no Milênio nem enfermidades? Respondemos: Haverá, porém em proporções resumidas, pois Isaías diz: "Um mancebo ao morrer com cem anos ainda é menino (Hoje é um macróbio) e o pecador de cem anos será amaldiçoado", Is 65.20, porque não creu nem desejou o conhecimento do Senhor. E os que não adorarem o Senhor receberão as devidas pragas, Zc 14.12,17-19.
Uma das características do reino milenar é a longevidade dos seres humanos. Os homens em todas as épocas têm estado preocupados com o sonhado "Elixir da Longa Vida" e os laboratórios têm procurado uma droga que dê ao homem o prolongamento da vida física. No Milênio, porém, os homens terão vida como a das árvores, Is 65.22. Certamente isso não será para todos, mas para os escolhidos de Deus. No Milênio haverá plenitude de poder espiritual, principalmente em Israel, Jl 2.28. Haverá também salvação para quem invocar o nome do Senhor, Jl 2.32.
Será no Milênio que a tenda de Davi se reerguerá, e Deus mesmo o constituirá como príncipe do seu povo, Ez 37.24,25. E Deus porá o seu tabernáculo sobre eles, Ez 37.26; Ap 21.22. Como um dossel de glória, a Jerusalém terrestre será grandemente iluminada com a glória do Senhor. Todas as nações hão de saber que o Senhor é quem santifica Israel, Ez 37.27. Durante o Milênio haverá um templo, um lugar inteiramente santo, em cujo recinto sagrado nem todos poderão penetrar, Ez 38.8-12. Esse lugar santo estará na Jerusalém terrestre, que é exclusivamente para os filhos de Levi, os sacerdotes a quem Deus escolher, Ez 38.11; Ml 3.3,4; Ap 20.4-6.
Que o Senhor nos dê da sua graça, para gozarmos de todas as bênçãos celestiais em Cristo! Amém.
 4 - Para quem será o Milênio?
 De Jerusalém, Cristo reinará sobre toda a Terra, tendo por súditos judeus e gentios. A Igreja, nessa época, estará num estado de grande glória!
 A pergunta de referência é realmente importante, porque várias seitas se ufanam de serem chamadas de israelitas. Para isso procuram certos textos bíblicos que lhes pareçam favoráveis, como: "A quantos andarem conforme esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus", Gl 6.16; como a referência aos cento e quarenta e quatro mil, Ap 7.5-8, e outros textos. Mas essas passagens nada têm a ver com os gentios, embora sejam eles filhos espirituais de Abraão, Gl 3.7. Os textos acima citados e outros semelhantes se referem a judeus.
A Palavra de Deus é explícita: judeu é judeu; gentio é gentio, porque nós não herdamos pela fé o título de judeu ou de israelita, mas o de Cristão, At. 11.26. Disse Paulo: “Pois em Cristo Jesus nem a circuncisão (sinal dos israelitas) nem a incircuncisão (sinal dos gentios) valem alguma coisa, mas o que vale é a fé que opera por amor, Gl 5.6”. Continua ele demonstrando que nem ser judeu nem ser de outra raça tem importância, mas o importante é ter a semente de Abraão, que é Cristo, Gl 3.28,29.
Ser um novo homem não é ter pretensão de raça, mas é ser revestido de Cristo, Rm 13.14; Ef 4.23,24; Cl 3.10,11. Em todos os textos notamos que Paulo deixa bem claro o ponto de vista cristão, que nada tem a ver com judeu ou israelita. Que a salvação vem dos judeus, é claro na Bíblia, pois a eles foram confiados os oráculos divinos, para serem anunciados entre os povos, mas a essa incumbência de Deus eles não foram fiéis, Jo 4.22.
Encontramos na Bíblia muitas promessas referentes ao crente judeu, mas como são dirigidas a judeu-cristãos, julgamos que essas promessas são para todos os crentes. Por outro lado, encontramos referências diretas aos judeus e não aos gentios. Paulo sempre teve o cuidado de dizer "nós" quando se referia aos judeus, Ef 1.12,13: "Nósque antes havíamos esperado em Cristo...". No verso 13 ele faz referência aos gentios, dizendo: "No qual vós, tendo ouvido a palavra da verdade, o Evangelho da vossa salvação..." Note-se que Paulo faz distinção entre judeu (nós) e gentio (vós). Há outros textos que falam do mesmo assunto. Nesta altura, dirá alguém: Mas, nas suas epístolas, Paulo, escrevendo aos coríntios (gentios) deixa transparecer que as promessas com respeito ao Milênio ou reino do céu são acessíveis a todos. De fato, a Igreja participará do reino celeste, mas num estado de glória. O reino Messiânico, no entanto, é inteiramente para os judeus, ainda que todas as demais nações gozem dos benefícios do reino milenar.
Com respeito ao Milênio, as promessas de Deus aos judeus são irrevogáveis, e eles as estão esperando. Os gentios, os que não tiverem a marca da Besta, certamente terão privilégios e gozarão da bênção do reino do Messias, Ap 20.4. Quanto à prioridade, ela é dos judeus, como diz Paulo, tanto nas bênçãos, como nas tribulações, Rm 2.9,10. Ele diz: "... se pois já morremos com Ele, com Ele também viveremos: se perseverarmos, reinaremos..."
A palavra traduzida por perseverar é. no original, upomene, que tem o sentido de: ficar e sofrer firme e heroicamente, não se desviando no tempo da angústia. 2Tm 2.11. Certamente os que não forem raptados passarão com grande angústia os dias tenebrosos da tribulação; uns selarão sua fé com o martírio, outros escaparão das tormentas apocalípticas. Isto concorda com Rm 2.9; Ap 12.12. Não devemos confundir-nos contextos entre judeus e gentios, entre os glorificados e os deixados, isto é, os que, não sendo arrebatados, ficaram aqui na terra. Diz o texto de Ap 12.11: "Ai da terra..."
Notemos em Ap 20.4-6 um grupo que se assentou em tronos para julgar com poder: "Vi também tronos, e se assentaram sobre eles e foi-lhes dado o poder de julgar..." Esse é um grupo especial de que fala lCo 6.2,3. Também os apóstolos se assentarão em doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel, Mt 19.28. Vemos ainda outro grupo em Ap 20.4, cujos componentes foram mortos pela tirania do Anti-cristo, mas voltaram à vida, com pujança espiritual. Esses reinarão com Cristo e serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com Ele por mil anos, v 6. Note bem: voltaram à vida, isto é, viveram fisicamente, cumprindo assim, em parte, lCo 15.56.
Devemos notar que todos os textos que se referem ao reino de Cristo falam de que, já nos primeiros dias da Igreja, esse reino era esperado com ansiedade. Pois eles deveriam esperar a vinda e o reino de Cristo como um lavrador aguarda o precioso fruto da terra, Tg 5.7,8. Portanto, é bem patente nas Escrituras que o Milênio é prometido aos judeus e, depois, aos que viverem fisicamente naquela época quando tudo será abundante, Zc 8.4-12; Ez 47.9-12; Jr 31.13; Is 65.21,23, etc.
Os judeus serão a cabeça federativa do governo. Cristo reinará e a glória do Senhor encherá a terra. Como já dissemos, a sede do governo milenar será na Palestina, e Jerusalém será a capital do mundo. O domínio de Cristo será no universo, Is 2.2-4; 4.2,3; Jl 3.17-20; Mq 4.2. Davi será o príncipe, Ez 34.22-24; 37.24-27; Jr 30.9; Os 3.5. Entretanto, Cristo e seus santos, em corpos glorificados, reinarão na nova Jerusalém, conforme prevê a Palavra de Deus, Fl 3.20,21; 2Co 4.18; 5.21; Hb 11.10,16; 12.23; Ap 21.8-24; 22.1-5.
Note-se que tudo o que foi comentado não é o estado eterno, mas apenas a glória do reinado de Cristo durante o Milênio. Durante o Milênio, os santos glorificados serão os portadores da mensagem de Cristo, diretamente do Trono, como Deus enviou Elias e Moisés para falarem com Jesus, Mc 9.4; Lc 9.30,31.
5 - Como e onde estará a Igreja no Milênio?
 A vida futura dos crentes é descrita na Palavra de Deus como translúcida, em corpos glorificados que refletirão a imagem de Deus!
 Primeiro estudaremos sobre o estado e depois sobre a posição da Igreja durante o Milênio. A posição futura da Igreja é descrita na Bíblia com tanta clareza que não deixa dúvidas. Notemos o que diz Paulo ao escrever aos romanos: "O Deus de paz em breve esmagará Satanás debaixo de vossos pés", Rm 16.20. O texto não insinua que cobra, pois aqui o sentido é espiritual. Como sabemos, Satanás é um espírito. Há, portanto, necessidade de corpos espirituais para realizar o seu esmagamento.
Deus, no Éden, prometeu à mulher que a semente dela esmagaria a cabeça da serpente. Cristo, portanto, dará autoridade, em tempo próprio, para que seja efetuada essa operação que leve a completa vitória espiritual. - Quando? - perguntará alguém. - Quando a morte for tragada na vitória juntamente com aquele que tinha o poder da morte, Hb 2.14, Satanás será esmagado, por autoridade divina, debaixo dos pés dos santos. Nesse tempo, os crentes no Senhor Jesus terão passado de um lado para o outro, isto é, da posição material ou física para a espiritual, com corpos glorificados, como os dos anjos, Mt 22.30.
A primeira parte da pergunta é: Como estará a Igreja no Milênio? - Naturalmente se fala do estado espiritual da Igreja, pois nesse tempo já se terá processado a ressurreição dos santos que dormiam e o arrebatamento dos que estavam vivos nesse glorioso dia, lTs 4.13-18. Em todos os textos bíblicos que se referem a esse estado espiritual, é revelado um período glorioso.
Havia uma grande dúvida nos primeiros crentes com respeito ao corpo depois da ressurreição dos mortos. Paulo, por isso, os instruiu dizendo: "Insensato! o que se semeia não é vivificado se primeiro não morrer... Assim também a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo em corrupção (sujeito a decomposição), ressuscitará em incorrupção (não mais sujeito a decomposição); semeia-se em vileza (coisa vil), ressuscitará em glória", lCo 15.35-44. Logo depois da ressurreição e do arrebatamento, recebe-se um corpo glorificado, espiritual, não mais sujeito às necessidades físicas. Fome, sede, cansaço, plantar e gozar dos frutos, tudo isso pertence ao corpo material, a esta vida. Ap 7.16 fala dos mártires na glória, isto é, dos que morreram durante a Grande Tribulação. Eles não mais necessitam das coisas materiais.
Perguntará alguém: Mas como é que Jesus comeu depois da ressurreição? Respondemos: Ele fez isso para tirar as dúvidas dos seus discípulos, para provar que Ele não era um espírito, mas que era Ele mesmo, embora em corpo de ressurreição, Rm 1.4. Ainda cabe outra pergunta: Onde estão os corpos de Elias, Enoque e Moisés? Como sabemos, esses servos de Deus tiveram experiências especiais em suas vidas: Elias e Enoque foram elevados ao céu. Quanto a Moisés, embora esteja registrado que ele morreu, sabemos que seu corpo desapareceu pelo poder de Deus, Jd 9; Dt 34.6. O certo é que dois deles apareceram com corpos glorificados no monte da transfiguração, e falaram com Jesus, Lc 9.30,31.
Da transfiguração se vê que Moisés e Elias não estavam sujeitos às limitações físicas. Assim também, depois da ressurreição e do arrebatamento os componentes da Igreja não estarão sujeitos a essas limitações. Paulo diz que, nessa época, receberemos de Deus outra habitação, 2Co 5.1-5. Se receberemos uma habitação que é do céu, como voltaremos para este globo terráqueo, para vivermos sujeitos à matéria, à decomposição, às fadigas, enfim, a tudo o que se relacione com esta vida? Fl 3.20; lTs 4.15-17. Por enquanto essa vida está vedada, oculta, mas um dia há de manifestar-se gloriosamente, Cl 3.1-5, quando formos os habitantes da cidade de Deus, Ap 19.9; 22.5.
Em todas as passagens que se referem à Igreja no Milênio, notamos: em glória, glorificados e em lugares sublimes com o Senhor. Naturalmente isso se refere ao estado da Igreja naquela época. Materializar esse estado seria confundir o assunto. Há os que misturam os que estão em corpos físicos ainda na terra com os que estão glorificados com o Senhor. O certo é que, nesse estado, seremos como os anjos nos céus, Mt 22.30. Poderia perguntar-se ainda: Para que esses vão receber terra e plantar, como está escrito: "Os mansos herdarão a terra", Mt 5.5; SI 37.11. Creio que essa pergunta está respondida no capítulo anterior. Mas podemos confirmar que esses mansos são os que não usaram os recursos humanos, mas se entregaram inteiramente à vontade do Senhor, os que não vindicaram para si os direitos com força bruta, mas esperaram e alcançaram as promessas de Deus, Dn 12.12.
A promessa é esta: "Na casa de meu Pai há muitas moradas..." Ali há riqueza e gozo espirituais, Ef 1.18. Essa parte será respondida na segunda divisão deste capítulo. Como sabemos, os discípulos estavam sempre interessados nos reino material de Cristo e, por isso, perguntavam: Quem será o maior? Quem iria assentar-se ao lado de Jesus no reino? Quando seria estabelecido o reino? etc, Mc 10.35; Lc 22.24; At. 1.6. O Senhor explicou-lhes bem a questão e levou-os a pensar mais no sentido espiritual, pois que tudo estava determinado pelo Pai.
Essa questão de pensar ser alguma coisa no reino de Cristo tem, realmente, preocupado muita gente. Alguns já estabeleceram até os lugares onde irão residir e quais serão as suas ocupações no Milênio. Tudo é pura invencionice. Os que vão passar pela Grande Tribulação e entrar no reino milenar gozarão, é certo, de grandes privilégios espirituais e também materiais. Segundo a revelação da Palavra, os santos que hão de ser arrebatados, e os que alcançarem a ressurreição receberão corpos glorificados e estarão em glória com o Senhor, Fl 3.21.
Está escrito: "O qual transformará o corpo da nossa humilhação", Fl 3.21. Nessa época até a própria criação será libertada do cativeiro para a liberdade da glória dos filhos de Deus, Rm 8.21. Paulo falou do despir do tabernáculo (o corpo), isto é, deixar o corpo mortal, material para revestir-se de um corpo de glória, imaterial. Assim, durante o reino milenar, os glorificados estarão com Cristo num estado espiritual. Está escrito: "Vede quão grande amor o Pai nos tem mostrado, para que fôssemos chamados filhos de Deus e agora o somos... e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Sabemos que quando Ele (Jesus) se manifestar, seremos semelhantes a Ele", I Jo 3.1-3.
A Palavra de Deus descreve a vida futura dos crentes como translúcida, em corpos glorificados que refletem a imagem de Deus. Nesse estado, não necessitam de alimentação nem de roupa. Elias, ao subir, deixou suas vestes materiais para revestir-se das espirituais. Assim também a Igreja de Cristo. Do mesmo modo a Igreja de Cristo num corpo glorioso, num estado de bem-aventurança espiritual não necessitará das coisas materiais. Convém permanecermos firmes na fé e no amor de Deus, porque muitos serão enquadrados em Mt 5.8; Hb 12.14; Ap 22.14; Mt 24.40. Não demorará esse glorioso dia, o dia da Igreja de Cristo em sua excelsa glória. Glória a Deus nas alturas!
Passaremos à segunda etapa da pergunta: - Onde estará a Igreja de Cristo durante o Milênio? - Em parte já a temos respondido, mas vamos afirmar com toda a certeza: A Igreja estará com o Senhor em glória. Examinaremos textos em que há uma confirmação dessa promessa divina. Na primeira resposta falamos sobre a Jerusalém terrestre e a celeste: uma refletindo a glória de Deus e a outra recebendo a reflexão dessa glória, Ap 21.24-27; Is 4.5,6. A promessa de Jesus foi que nos levaria para a casa do Pai onde - disse - há muitas moradas, Jo 14.2. É durante o Milênio que essa casa de Deus estará sob os céus, e da terra será vista e contemplada por causa da glória da manifestação do Senhor. Paulo, escrevendo, diz dessa casa ou cidade: "A nossa Pátria está nos céus...", Fl 3.20. Em Hb 11.10 diz que Abraão aguardava a cidade do Deus vivo, onde estará também a Igreja, v 23. O apóstolo João descreve a cidade em sua glória, beleza e grandeza espirituais. O tamanho dessa cidade excede às medidas humanas: é um astro de primeira grandeza.
João viu que a cidade não tinha santuário, isso equivale a dizer que toda a cidade é o próprio santuário, Ap 21.22, pois Deus e o Cordeiro são o seu santuário. Também a cidade celeste não necessita de luz nem mesmo de sol, Ap 21.23. Entretanto na cidade terrestre haverá necessidade de luz, Is 30.26, pois haverá noite e haverá dia -fatores da vida física, Is 24.23. Também durante o milênio, os servos de Deus glorificados, tanto os do Antigo como os do Novo Testamento estarão servindo a Deus num corpo especial, face a face, na cidade celestial, Ap 22.4. Note-se que eles estarão reinando com o Senhor Jesus pelos séculos dos séculos, ou melhor, por toda a eternidade.
Na Jerusalém terrestre, no entanto, ainda haverá interrupção, pois somente quando todos os povos e poderes estiverem subjugados debaixo dos pés de Cristo no seu reino, Ele entregará o reino ao Pai, I Co 15.24. Isso será no fim do Milênio, quando Satanás e seus anjos serão julgados pelos santos glorificados, ICo 6.2,3. E nessa época que a terra passará por um grande estrondo, como nos afirma Pedro em 2Pe 3.10. Então uma nova era será estabelecida, com novos céus, e uma nova terra onde habitará a justiça, 2Pe 3.13; Is 65.17; Ap 21.1.
É muito perigoso misturar os assuntos, especialmente os textos bíblicos que dizem respeito ao estado físico do Milênio com o seu estado espiritual. Infelizmente há comentários de autores que são uma negação nesse sentido, porque fazem da vida celeste dos salvos uma espécie de paraíso terrestre, de desejos e prazeres carnais, onde se cantam músicas, onde há banquetes sucessivos. Mas o reino de Deus não é comida nem bebida, Rm 14.17. Paulo afirmou sempre que o verdadeiro sentido do reino de Deus não é de prazeres efêmeros.
No Milênio, como notamos de vários textos bíblicos, haverá dois estados distintos: Um o dos crentes glorificados no esplendor da glória de Cristo, habitando na cidade celestial; estes, seus corpos não estarão sujeitos às leis físicas. O outro é o estado dos vivos que habitarão na Jerusalém terrestre. Paulo disse: "Há corpos celestes e corpos terrestres, lCo 15.40. Assim, cada um no seu próprio corpo, Deus nos revestirá com a habitação dos céus, 2Co 5.2. No reinado de Cristo, não se disputarão cargos, com espírito de ambição nem de vaidade, pois os que estiverem com o Senhor no seu reino se identificarão no plano glorioso e eterno. Não estarão mais vivendo segundo as leis deste mundo, mas livres de qualquer paixão, Mt 20.25.
Cremos que a resposta foi dada segundo a Palavra de Deus. Não confundamos os textos bíblicos, vendo materialmente quando o texto é espiritual ou vice-versa. Também não devemos confundir quando se fala de Israel e de certas promessas aos apóstolos ligadas à nação judaica com a fala sobre a Igreja, Mt 19.27,28. Quando Pedro perguntou ao Senhor: "E nós que deixamos tudo e te seguimos, que receberemos? Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, vos assentareis nos doze tronos de Israel (Jesus falava do trono da sua glória ) para julgar as doze tribos de Israel, Mt 19,27,28. Aqui vemos uma promessa aos apóstolos, com referência a Israel e não a todo o povo cristão. Em Ap 20.4, vemos quem se assentará em glória e poder nos tronos: "Vi tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi dada autoridade de julgar."
Em I Co 6.2,3 diz: "Porventura não sabeis que os santos hão de julgar o mundo...? Não sabeis que julgaremos os anjos?..." Jesus declarou que os apóstolos haviam de julgar as doze tribos. Disse mais: "E vós tendes permanecido comigo nas minhas tentações. Eu vos confio domínio real, assim como o Pai o conferiu, para que comais e bebais à minha mesa no meu reino", v 30. À luz dos textos bíblicos, comer e beber são coisas materiais, mas sabemos que no reino milenar estarão os apóstolos em corpo glorificado, não mais sujeitos à fome, sede, sono, etc. Naturalmente o Senhor usou essas palavras para dar força de expressão e não do sentido literal.
O reino de Cristo não repousa sobre o que é material. Promessas materiais são as feitas aos pais, as quais o povo de Israel vai gozar: Is 11.6-10; Zc 8.3-7; Is 65.20-25. Em Mt 8.11, lemos: "... assentar-se-ão à mesa com Abraão, Isaque e Jacó... Isso não podemos interpretar materialmente, mas à luz de Ap 19.7-9. Trata-se, pois de um banquete espiritual e não material. Assim são muitos textos que, sendo de sentido espiritual, não podemos materializar o assunto neles contido. Do mesmo modo, o que fala sobre o reino material de Israel, não podemos espiritualizar. Concluímos que no reino milenar, a Igreja de Cristo estará glorificada na Jerusalém celeste. Glória ao Senhor Jesus!
 6 - Que sucederá às nações no Milênio?
 No Milênio, as nações perderão a noção bélica, a estratégia da guerra: será um povo pacífico, a desfrutar de grandes privilégios espirituais.
  Com o estabelecimento do Milênio, haverá o chamado julgamento das nações, Mt 25.31-34. Um serão colocado à esquerda do Senhor, enquanto outros à sua direita, cada grupo conforme seu destino, vv 37-46. Por certo a base do julgamento será o trato que deram aos judeus, o povo de Deus. Aí “chegou a hora de serem as obras pesadas em balança fiel e justa: ‘‘Pesados, foram achados em falta...”
É certo que durante o Milênio, muitos povos (nações) procurarão o favor do Senhor por meio dos judeus, Is 2.3; Mq 4.12. "As nações caminharão à sua luz, e todos os reis da terra (aqui inclui os governos) lhe trarão glória", Ap 21.24, nos Salmos, em Isaías e na maioria dos profetas, encontramos indícios do reino Messiânico. A época do reino de Cristo será, realmente, maravilhosa, pois todos os poderosos da terra virão prostrar-se ante Ele, trazendo honra e glória. Hoje muitos desprezam o Senhor Jesus, mas chegará o dia em que todo o joelho há de dobrar-se diante dele, Fl 2.11. Nesse tempo haverá profundo conhecimento espiritual, segundo a revelação da glória de Deus, Is 2.11; 11.9; Zc 14.9; Mq 2.13.
O muito importante no Milênio é que as nações perderão a noção bélica, a estratégia da guerra: serão um povo pacífico que transformará a terra inteira numa imensa cultura de mantimentos, Mq 4.3,4; Is 2.4; Jl 3.18; Jr 31.12.
Oportunamente, perguntará alguém: Haverá salvação durante o Milênio? Respondemos: Por certo que sim, porque o Milênio é um tempo probatório, uma dispensação material durante a qual Deus vai provar os que nela nasceram dando-lhes conhecimentos especiais para serem salvos. Está escrito: "Naquele dia (no Milênio), diz o Senhor: Congregarei o que coxeia..." Congregarei ao Senhor fala de salvação. Os gentios procurarão a face do Salvador: "As ilhas de longe me procurarão,", os gentios me procurarão. Embora a profecia abranja também a pregação do Evangelho em nossos dias, aqui se refere ao Milênio, porque durante essa época, as nações que restarem vão suplicar o favor do Senhor, Zc 8.20-22. Haverá bênção e salvação da parte do Senhor, Zc 8.13. Como será majestoso aquele dia quando o Senhor se assentar no trono da sua glória, tendo todos os povos humilhados diante dele!
A cidade de Jerusalém terrestre será cabeça: nela estará a cheia do Governo, e Cristo estará no trono de sua glória, em esplendor e majestade, rodeado de seus santos: "Quando vier o Filho do homem na sua glória, e todos os santos com Ele", Mt 25.31; "E verão vir o Filho do homem sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória", Mt 24.30. Ezequiel descreve em cores vivas o período milenar em Jerusalém, dizendo: "Produzirá novos frutos todos os meses, porque as suas águas saem do santuário; e o seu fruto servirá de comida, e as folhas de remédio...", Ez 47.12. E “João conclui: Será para a saúde das nações...”, Ap 22.2. Naquela época haverá novos frutos em todo o tempo. As nações que restarem serão grandemente beneficiado durante o período milenar e gozarão de grandes privilégios espirituais, Ap 21.26.
Mas, no fim do reino Messiânico, Satanás será solto, para que as nações sejam provadas (aquelas que durante séculos gozaram as bênçãos de Deus, uma terra farta e sem enfermidades malignas) quanto á sua fidelidade à bondade do Senhor. Infelizmente o Maligno encontrará lugar no arcano do coração humano, fazendo com aqui os homens a eles se unam contra o Senhor, Ap 20.7-10. Estes serão, certamente, as criaturas que nasceram no Milênio, mas as que não aceitaram o conhecimento da glória de Cristo nem o seu governo, Is 65.20; Zc 14.17,18.
Após a destruição total do mal, Cristo dominará com poder e entregará o reino ao Pai, ICo 15.23. A morte será para sempre destruída e lançada no lago de fogo, para onde também irão todos os poderes infernais, Ap 20.14, juntamente com todos os incrédulos, os que não quiseram Deus desde a fundação do mundo até aqueles dias, Ap 20.11-13. Não devemos confundir o julgamento das nações com o julgamento final. O julgamento das nações julga pessoas vivas, na Jerusalém terrestre, que receberão suas recompensas segundo as determinações do Juiz, mas que continuarão vivendo, uns debaixo da bênção, Mt 25.34, vida eterna e salvação em suas asas, Ml 4.2, enquanto que os ímpios, ainda os de muitos anos, serão amaldiçoados, devido à sua incredulidade, Is 65.20; Mt 25.41. Estes certamente são os que, mesmo desfrutando de todas as bênçãos mileniais e da presença da glória de Deus, não creram por causa do endurecimento de seus corações. No final do Milênio, eles se rebelarão contra o Senhor Jesus e contra o Deus Todo poderoso, instigados por Satanás.
Que Deus nos dê sua graça, para permanecermos firmes e desfrutarmos com Cristo de todas as bênçãos celestiais! Ef 1.3. Amém.


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