segunda-feira, 3 de março de 2014

Jesus samaritanos e judeus Jesus Samaritans and Jews part 1

Revisando a História da Mulher Samaritana João 4


Jesus e a mulher Samaritana: Relendo uma amada história

O capítulo que relata a história de Jesus encontrando a mulher Samaritana junto ao poço de Jacó, em João 4, começa definindo o cenário para o que acontecerá mais tarde em Samaria e está firmado no que aconteceu na Judeia no tempo em que já  se desenvolvia o Evangelho. A popularidade crescente de Jesus resultou em um significativo número de seguidores.
Descrição: 9-jesus-and-samaritan-woman-well8Seus discípulos realizaram um antigo ritual Judaico de lavagem cerimonial com água, assim como fez João Batista e seus discípulos. O ritual representava a confissão dos pecados das pessoas e seu reconhecimento da necessidade do poder purificador do perdão de Deus. Quando ficou claro para Jesus que as multidões estavam se tornando maiores, mas especialmente quando soube que muitos fariseus estavam alarmados, ele decidiu que era hora de ir para a Galiléia para continuar seu ministério (versículos 1-3).

Geografia
O texto simplesmente diz que Jesus “teve de passar por Samaria” (vs.4). Talvez, neste momento uma curta aula de geografia seja útil. As terras Samaritanas ficavam entre as terras da Judéia e da Galiléia. O caminho contornando Samaria levava o dobro do tempo, ao invés do três dias necessário indo direto da Galiléia a Jerusalém, porque evitando Samaria era preciso atravessar o rio Jordão duas vezes para seguir um caminho a leste do rio (Vita 269). O caminho através de Samaria era mais perigoso, porque eram comuns os ânimos se exaltarem entre Samaritanos e Judeus (Ant. 20,118; Guerra 2.232). Não nos é dita a razão pela qual Jesus e seus discípulos precisavam passar por Samaria. João simplesmente diz que Jesus “tinha que ir”, implicando que para Jesus isto não era comum. Talvez Jesus precisasse chegar à Galiléia relativamente rápido. Mas o texto não nos dá nenhuma indicação de que ele tinha um convite pendente para um evento na Galiléia para o qual ele estava atrasado. Ele saiu quando sentiu a iminência de um confronto com os fariseus sobre a sua popularidade entre os Israelitas. Isto estava associado à compreensão de Jesus que o tempo para tal confronto ainda não tinha chegado. Na mente de Jesus, o confronto com a liderança religiosa da Judéia, (e não se enganem sobre isso, os principais fariseus eram parte integrante de tal liderança) neste momento era prematuro e que muito precisava ser feito antes de ir para a cruz e beber do cálice da ira de Deus, em nome da antiga aliança com o povo  e as nações do mundo. A maneira como Jesus via os Samaritanos e seu próprio ministério entre eles pode nos surpreender à medida que continuamos a examinar esta história.
Sabemos que os movimentos e as atividades de Jesus foram todas feitas de acordo com a vontade e a liderança do Pai. Ele só fez o que viu o Pai fazer (Jo 5: 19). Sendo este o caso, podemos estar certos de que a jornada de Jesus através de Samaria, neste momento foi dirigida por seu Pai e assim, também, foi a sua conversa com a mulher Samaritana.
Descrição: Reconsidering Samaritan womanA surpreendente jornada  de Jesus através de território hostil e herético tem um significado além de qualquer explicação superficial. Em um sentido muito real, desde o momento que Seu filho real foi eternamente concebido na mente de Deus,  o plano insondável de Deus e sua missão eram  ligar em uma  unidade redentora toda a sua amada criação. Jesus foi enviado para  produzir a paz entre Deus e as pessoas, bem como entre as pessoas e os povos. A realização desse grande propósito começou com um encontro desagradável  entre Jesus e aqueles que praticamente moravam ao lado – os Samaritanos.
Os Samaritanos  
Descrição: Samaritan woman Reconsidering
As fontes nos apresentam, pelo menos, duas histórias diferentes dos Samaritanos. Uma – de acordo com Samaritanos Israelitas, e a outra – de acordo com Judeus Israelitas. Enquanto existem dificuldades sobre a confiabilidade dos documentos antigos contaminados pela polêmica Judaica- Samaritana, bem como a datação tardia das fontes de ambos os lados, algumas coisas podem, contudo, ser estabelecidas. A estória Samaritana de sua história e identidade correspondem aproximadamente ao seguinte:
1) Os Samaritanos chamavam-se a si mesmos de Bnei Israel (Filhos de Israel).
2) Os Samaritanos eram um grupo considerável de pessoas que acreditavam  preservar a religião original do antigo Israel. O nome Samaritano traduzido literalmente do hebraico significa Os Guardiões (de leis e tradições originais). Embora seja difícil falar em números concretos, a população Samaritana no tempo de Jesus era comparável àquela dos Judeus e incluiu a grande diáspora.
3) Os Samaritanos acreditavam que o centro de adoração de Israel não deveria ter sido o Monte Sião, mas sim o Monte Gerizim. Eles argumentaram que este era o local do primeiro sacrifício Israelita na Terra (Deut. 27: 4) e que continuou a ser o centro da atividade sacrificial dos patriarcas de Israel. Este era o lugar onde as bênçãos foram pronunciadas pelos antigos Israelitas. Os Samaritanos acreditavam que Betel (Jacob), o Monte  Moriá (Abraão) e o Monte Gerizim eram o mesmo lugar.
4) Os Samaritanos tinham  essencialmente um credo quádruplo: 1) Um Deus, 2) Um Profeta, 3) Um Livro e 4) Um  Lugar.
5) Os Samaritanos acreditavam que as pessoas que se chamavam Judeus (crentes no Deus de Israel situados na Judéia) haviam tomado o caminho errado em sua prática religiosa pela importação de novidades para a Terra durante o retorno do exílio Babilônico.
6) Os Samaritanos autênticos rejeitaram a supremacia da dinastia Davídica em Israel. Eles acreditavam que os sacerdotes levitas em seu templo eram os legítimos líderes  de Israel.
Agora que fizemos um resumo parcial levando em conta o outro lado da história e as crenças dos Samaritanos, vamos nos voltar para a versão Judaica da mesma história. Este registro essencialmente origina-se de dois Talmuds e sua interpretação da Bíblia Hebraica, de Josefo e do Novo Testamento.
1) Os Samaritanos eram um grupo de pessoas com misturas teológicas e étnicas. Eles acreditavam em um Deus único. Além disso, eles associavam seu Deus, com o Deus que deu a Torá ao povo de Israel. Os Samaritanos são geneticamente relacionados aos remanescentes das tribos do norte que foram deixados na terra após o exílio Assírio. Eles se casaram com  gentios, que foram transferidos para Samaria pelo imperador Assírio. Este ato de desapropriação e transferência de sua terra natal foi feito em uma tentativa estratégica de destruir a identidade do povo e prevenir  qualquer potencial de futura revolta.
2) Nos escritos rabínicos Judaicos, os Samaritanos são geralmente referidos pelo termo “Kuthim.” O termo está provavelmente relacionado a um local no Iraque do qual foram importados exilados não Israelitas para Samaria (2 Reis 17:24). O nome Kuthim ou Kuthites (de Kutha) foi usado em contraste com o termo  Samaritano” (os guardiões da lei). Os escritos Judaicos enfatizaram a identidade estrangeira da religião e prática Samaritanas, em contraste com a verdadeira fé de Israel, que eles chamariam especialmente em um período posterior, como Judaísmo Rabínico [1]. A interpretação rabínica dos Samaritanos não foi totalmente negativa.
3) De acordo com 2 Crônicas 30:1-31:6, a alegação de que as tribos do norte de Israel foram todas exiladas pelos Assírios e, portanto, aqueles que ocuparam a terra (Samaritanos) eram de origem não Israelita é rejeitada em uma leitura mais atenta da Bíblia Hebraica. Esta passagem diz que nem todas as pessoas do reino do norte foram exiladas pelos Assírios. Alguns, talvez confirmando a versão Samaritana, permaneceram mesmo após a conquista Assíria da terra no século 8 AC.
4) Os Israelitas situados na Judéia (os Judeus) acreditam que não só os Samaritanos optaram por rejeitar as palavras dos profetas a respeito supremacia de Sião e dinastia Davídica, mas  também deliberadamente mudaram a própria Torá para ajustar sua teologia e práticas heréticas. Esta é uma das visões que podem ser tiradas da comparação dos dois Pentateucos, a Torá dos Samaritanos e a Torá dos Judeus. O texto Samaritano permite leitura muito melhor do que o mesmo Judeu. Em alguns casos, as histórias da Torá Judaica parecem truncadas, com pouca  lógica e fluxo narrativo não claro. Em contraste, os textos da Torá Samaritana parecem ter um fluxo narrativo muito mais suave. Superficialmente, isto torna a Torá Judaica problemática. Após uma análise mais aprofundada, no entanto, isso poderia levar ao argumento de que o Pentateuco Samaritano seria uma revisão ou edição tardia de texto Judaico anterior. Com base neste e em outros argumentos, estamos de acordo com a visão Judaica  argumentando que a Torá Samaritana é uma revisão magistral e teologicamente dirigida  dos primeiros  textos Judaicos correspondentes.
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O Encontro
Ao descrever o encontro, João faz várias observações interessantes que têm grandes implicações para o nosso entendimento dos versículos 5-6:
“Então ele veio a uma cidade da Samaria, chamada Sicar, perto do terreno  que Jacó tinha dado a seu filho José. O poço de Jacó estava lá, e Jesus, cansado como estava da viagem, sentou-se ao lado do poço. Era cerca da hora sexta”.
Descrição: Samaritan woman reconsideringPrimeiro João menciona a cidade Samaritana chamada Sicar. Não está claro se Sicar era uma vila muito perto de Siquém ou a própria Siquém [2]. O texto simplesmente chama a nossa atenção para um local perto da  terra que  Jacó deu a seu filho José. Se não era o mesmo lugar, foi certamente na mesma vizinhança, no sopé do Monte Gerizim. Embora isso seja interessante e mostre que João era realmente um morador do local, conhecer a geografia detalhada da antiga Palestina Romana, não é menos importante, e talvez ainda mais importante, uma vez que o autor do Evangelho chama a atenção do leitor para a presença de uma testemunha silenciosa para este encontro – os ossos de José. Isto é como o livro de Josué fala sobre o evento:
“Agora, eles enterraram os ossos de José, que os filhos de Israel trouxeram do Egito, em Siquém, no pedaço de terra que Jacó havia comprado dos filhos de Hamor, pai de Siquém, por cem peças de dinheiro, e se tornaram a herança dos filhos de José “(Js.  24: 32).
A razão para esta referência a José, no versículo 5 só se tornará clara quando vemos que a mulher Samaritana sofreu em sua vida de forma semelhante a José. Se esta interpretação  da história é correta, que assim como na vida de José, o sofrimento inexplicável que passou teve a finalidade de levar a salvação a Israel, do mesmo modo o sofrimento na vida da mulher Samaritana   levou à salvação dos Samaritanos Israelitas naquela localidade (4 : 22).
João continua: “Ali ficava o poço de Jacó, e Jesus, cansado como estava da viagem, sentou-se ao lado do poço. Era quase a hora sexta “(v. 6). Tradicionalmente se assume  que a mulher Samaritana era uma mulher de má fama. A referência à hora sexta  (cerca de 12:00 hs) tem sido interpretada como se ela estivesse evitando a multidão de outras mulheres da cidade tirando água. A hora sexta bíblica era supostamente o pior momento possível do dia para se deixar a moradia e se aventurar no calor escaldante. “Se alguém for tirar água, neste horário, poderíamos concluir apropriadamente que estava tentando evitar as pessoas”, diz o argumento.
Vamos, no entanto, sugerir outra possibilidade. A teoria popular a vê como uma mulher particularmente pecadora que havia caído em pecado sexual e, portanto, foi chamada por Jesus a prestar contas sobre os vários  maridos em sua vida. Jesus disse a ela, como a teoria popular diz, que Ele sabia que ela anteriormente teve cinco maridos e que atualmente ela estava vivendo com seu “namorado”,  sem os limites do casamento e que ela não estava apta para jogar jogos espirituais com Ele! Deste ponto de vista, a razão pela qual ela evitou a multidão é precisamente por causa de sua reputação de compromissos familiares de curta duração.
Primeiro, 12:00 hs  ainda não é o pior horário para andar no sol. Se fosse 15:00 hs (hora nona) a teoria tradicional faria um pouco mais de sentido. Além disso, não fica claro se isso ocorreu durante o verão, o que poderia tornar o tempo em Samaria irrelevante nos dois horários. Em segundo lugar, é possível que estejamos dando muita importância a sua ida para tirar água em “um momento incomum”? Nós todos, por vezes, não fazemos coisas normais em horários incomuns? Isso não significa necessariamente que estejamos escondendo alguma coisa de alguém. Em terceiro lugar, vemos que as filhas do sacerdote de Midiã foram dar água aos seus animais por volta da mesma hora do dia, quando as pessoas supostamente não vão aos  poços (Êxodo 2:15-19).
Quando lemos essa história, nós não podemos ajudar mas, podemos perguntar como é possível, em uma sociedade conservadora como a  Samaritana, que uma mulher com tal histórico ruim, apoiasse os valores da comunidade e tivesse motivado toda a aldeia a largar tudo e ir com ela ver Jesus, um profeta Judeu “herege para os  Samaritanos”.  A lógica padrão seria como segue.  Ela tinha levado uma vida tão sem Deus que, quando outros ouviram de sua excitação e do encontro de um novo interesse espiritual  eles se admiraram e foram ver Jesus por si mesmos. Esta interpretação, ainda que possível, parece improvável para os autores deste livro e parece compreender enfoques teológicos muito mais tarde nessa história antiga, que tinha o seu próprio ambiente histórico. Estamos convencidos de que ler a história de uma maneira nova é mais lógico e cria menos problemas de interpretação do que a visão comumente aceita.
Vejamos  mais de perto esta passagem
“Quando uma mulher Samaritana veio tirar água, Jesus lhe disse: ‘Você vai me dar de beber? (Seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida). A mulher Samaritana lhe disse: ‘Você é um Judeu e eu sou uma mulher Samaritana. Como você pode me pedir água? ” (Pois os Judeus não se dão com os Samaritanos.) “(Vs.7-9).
Apesar do fato de que para a visão moderna as diferenças eram insignificantes e sem importância, Jesus e a mulher Samaritana sem nome eram de dois povos diferentes e historicamente antagônicos, cada um considerando que o outro  se desviou drasticamente da antiga fé de Israel. Em suma, suas famílias eram inimigas sociais, religiosas e políticas. Isto não era porque eles eram tão diferentes, mas precisamente porque eles eram muito parecidos.
De acordo com a perspectiva tradicional, a mulher Samaritana provavelmente reconheceu que Jesus era Judeu pela sua roupa Judaica tradicional. Jesus certamente estava usando franjas rituais em obediência à Lei de Moisés (Nm.15: 38 e  Dt 22:12). Desde que os homens Samaritanos  também  observavam a Lei de Moisés, é provável que os ex-maridos da mulher Samaritana e outros homens de sua aldeia também usassem a roupa ritual com franjas. A observância da lei Mosaica pelos Samaritanos ‘(lembrar que os termos Samaritanos significa os “guardiões” da lei e não as pessoas que viviam em Samaria)’ estava de acordo com a sua própria interpretação e diferia da visão Judaica em algumas questões, mas é importante lembrar que eles eram considerados pela comunidade Judaica Israelita mais como irmãos rivais  do que como estranhos não relacionados. Continuando a leitura:
“Se tu conhecesses o dom de Deus e quem é o que lhe pede água, você lhe teria pedido e ele te daria água viva.” ‘Senhor’, disse a mulher, “você não tem nada com que tirar água e o  poço é fundo. Onde você pode obter essa água da vida? És tu maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço e bebeu ele mesmo, como também os seus filhos e os seus rebanhos e manadas? Jesus respondeu: “Todo aquele que beber desta água tornará a ter sede, mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Na verdade, a água que eu lhe der se tornará  nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna. ” A mulher disse-lhe: ‘Senhor, dá-me dessa água, para que eu nunca mais fique  com sede e tenha que continuar vindo aqui para tirar água. ” Ele lhe disse: Vai, chama o teu marido e volte. ‘ “Eu não tenho marido”, ela respondeu. Jesus disse-lhe: “Você tem razão quando diz que não tem marido. O fato é que tiveste cinco maridos, e o homem que você tem agora não é seu marido. O que você acabou de dizer é verdade ” [3]. ‘Senhor ‘, disse a mulher, “Eu posso ver que você é um profeta. Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que o lugar onde se deve adorar está em Jerusalém. ”
Esta passagem tem sido frequentemente interpretada da seguinte forma: Jesus inicia uma conversação espiritual (vs.10). A mulher começa a ridicularizar declaração de Jesus apontando a incapacidade de Jesus fornecer o que ele parece oferecer (vs.11-12). Depois de um breve confronto em que Jesus chama a atenção para a falta de solução definitiva para o problema espiritual da mulher (vs. 13-14), a mulher continua com uma atitude sarcástica (vs.15). Finalmente, Jesus teve o suficiente e ele então expõe com força  o pecado na vida da mulher – um padrão de relacionamentos familiares interrompidos (vs.16-18). Agora, indo direto ao coração pela visão onisciente de Jesus, a mulher reconhece seu pecado em um momento de verdade (vs.19) chamando Jesus de profeta. Mas então, como todo incrédulo normalmente faz, ela tenta evitar os problemas reais do seu pecado e sua necessidade espiritual. Ela começa a falar sobre questões doutrinárias (versículo 20), a fim de evitar lidar com os problemas reais da sua vida. Embora esta maneira de ler este texto possa não ser a única, ela é acompanhada de uma visão geralmente negativa da mulher Samaritana.
Por esta interpretação popular pressupor que a mulher era particularmente imoral,  toda a conversa é vista à luz de um ponto de vista negativo. Gostaríamos de recomendar uma trajetória totalmente diferente para a compreensão desta história. Embora não seja um caso um hermético, essa trajetória alternativa parece ajustar-se melhor ao resto da história e, especialmente, a sua conclusão.
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Relendo a História
Descrição: 8-jesus-and-samaritan-woman-well7
Como foi sugerido anteriormente, é possível que a mulher Samaritana não estivesse necessariamente  tentando evitar qualquer pessoa. Mas, mesmo que ela estivesse, há outras explicações para sua fuga que não o sentimento de culpa por sua imoralidade sexual. Por exemplo, como se sabe as pessoas quando estão deprimidas não querem ver ninguém. A depressão estava presente no tempo de Jesus, assim como ela está presente na vida das pessoas hoje. Em vez de assumir que a mulher Samaritana trocou de maridos como quem troca de roupa, é  razoável pensar nela como uma mulher que tinha experimentado a morte de vários maridos, ou como uma mulher cujos maridos podem ter sido infiéis a ela, ou mesmo como uma mulher cujos maridos se divorciaram dela por sua incapacidade de ter filhos. Qualquer uma destas sugestões e muitas outras é possível  neste caso.
É importante notar que, ter cinco maridos sucessivos era inédito na sociedade antiga, especialmente em uma conservadora como a dos Israelitas Guardiões da Lei (Samaritanos). Este fato fez com que alguns comentaristas antigos e modernos sugerissem erroneamente que este encontro não era histórico, mas metafórico. O argumento usado foi de que ‘desde que os Samaritanos representavam gentios e, portanto, a situação absurda de ter cinco maridos deveria ter dado uma pista para o leitor que esta não é uma história real e nem uma mulher real’. Naquela sociedade, a menos que a mulher fosse rica, adotar para si um estilo de vida sem compromisso era uma impossibilidade econômica. Uma vez que não era  seu servo, mas ela mesma que foi  tirar água, concluímos que ela provavelmente não era rica e, portanto, simplesmente não podia pagar o tipo de estilo de vida com  que a temos dotado ao longo de séculos de interpretação cristã. Sem sequer considerar outras possibilidades como opções viáveis, aqueles que nos ensinaram, e aqueles que lhes ensinaram, têm consistentemente retratado essa mulher sob uma luz totalmente negativa. Acreditamos que isto seja desnecessário.
Se estivermos corretos em nossa sugestão de que essa mulher não era particularmente uma “mulher caída”, então talvez possamos ligar o seu testemunho incrivelmente bem sucedido na aldeia com a inesperada, mas extremamente importante referência de João aos ossos de José. Vale ressaltar que para os gentios e até mesmo hipotéticos leitores “Judeus” deste Evangelho, o lugar onde os ossos de José foram enterrados não seria tão importante, embora ainda significativo, do que teria sido para os Samaritanos Israelitas, uma vez que os ossos do Patriarca também ligam a presença de Deus com a vizinhança do Monte Gerizim e a cidade santa de Siquém. Quando ouvimos que a conversa ocorreu  ao lado de ossos de José, imediatamente lembramo-nos da  história de José e  principalmente de seu sofrimento imerecido. Como você se  lembra, apenas parte dos sofrimentos de José foram auto impostos. Ainda no final, quando ninguém esperava por isso, os sofrimentos de José acabaram por tornarem-se os eventos que salvaram o mundo da fome.
Agora, considere a conexão com José em mais detalhes. Siquém foi uma das cidades de refúgio, onde se proporcionava um paraíso seguro a um homem que tivesse matado alguém sem intenção (Js. 21:20-21). Como os habitantes de Siquém estavam vivendo suas vidas sob a sombra da prescrição da Torá eles eram, sem dúvida, bem cientes do estado incomum de graça e função protetora de Deus, que foi atribuído à sua cidade especial. Eles deveriam proteger as pessoas infelizes, cujas vidas foram ameaçadas de vingança pelos membros da família, mas na verdade eram inocentes de qualquer crime intencional que justificasse o castigo ameaçado [4].
José nasceu em uma família muito especial, onde a graça e a salvação deveriam descrever sua característica. Jacó, o descendente de Abraão e Isaac, teve outros 11 filhos, cujas ações, ao invés de ajudar seu pai a levantar José, variavam de explosões de ciúme ao desejo de se livrar para sempre de seu mimado, mas “especial” irmão. Mas havia mais. Foi em Siquém que Josué reuniu as tribos de Israel, desafiando-os a abandonar seus antigos deuses em favor de YHWH e depois de fazer a aliança com eles, enterrou os ossos de José lá. Lemos em Josué 24:1-32:
“Então Josué reuniu todas as tribos de Israel em Siquém. Ele convocou os anciãos, os líderes, os juízes e os oficiais de Israel, e eles se apresentaram diante de Deus  Mas se servir ao Senhor parece indesejável para vocês,  então  escolham hoje a quem vocês vão servir, se aos deuses que seus antepassados serviram além do Rio  ou aos deuses dos Amorreus, em cuja terra habitais. Porém, eu e a minha família serviremos ao Senhor. “… Naquele dia, Josué fez uma aliança para o povo, e em Siquém ele elaborou  decretos e leis para o povo (vs.26)  E Josué registrou essas coisas no Livro da Lei de Deus. Então ele pegou uma grande pedra e a erigiu ali debaixo do carvalho perto do lugar santo do Senhor… 31 Israel serviu ao Senhor durante toda a vida de Josué e dos anciãos que sobreviveram e que tinham experimentado tudo o que o Senhor tinha feito por Israel. E os ossos de José, que os israelitas haviam trazido do Egito, foram enterrados em Siquém, no pedaço de terra que Jacó comprara dos filhos de Hamor , pai de Siquém, por cem peças de prata. “Esta terra tornou-se a herança dos descendentes de José”.
É interessante que o lugar deste encontro com a mulher Samaritana foi escolhido pelo Senhor da providência de uma forma tão bonita: uma mulher emocionalmente alienada que se sente desprotegida, enquanto ela vive na ou perto da cidade de refúgio, está tendo um fundamento na fé, uma conversa de compromisso  com o Renovador da Aliança de Deus – o Real Filho de Deus,  Jesus. Ela faz isso no mesmo lugar onde os antigos israelitas renovaram sua aliança, em resposta às palavras de Deus, selando-as com duas testemunhas: 1) a pedra (Js.24 :26-27), confessando com a boca as suas obrigações para com a aliança e a fé no Deus de Israel, e 2) os ossos de José (Js.24 :31-32), cuja história os guiou em suas viagens.
Em certo sentido, a mulher Samaritana faz a mesma coisa que os Israelitas antigos ao confessar a seus concidadãos a sua fé em Jesus como o Cristo e o compromisso com o Salvador do mundo. Lemos em João 4:28-39.
“Venham, ver o homem que me disse tudo o que eu já fiz”. Poderia ser este o Cristo? “Eles saíram da cidade e foram para o lugar onde Jesus estava… Muitos dos Samaritanos daquela cidade creram nele, por causa do testemunho da mulher…”
A ligação entre José e a mulher Samaritana não termina aí. Lembrar que José recebeu adiantada uma bênção especial de seu pai, no momento da morte de Jacó. Era uma promessa de que ele seria uma videira frutífera subindo pela parede (Gênesis 49:22). O Salmo 80:8 fala de uma vinha sendo trazida do Egito, cujos ramos espalhados por toda a terra, acabaram por levar a salvação ao mundo através da videira verdadeira. Em João 15:1, lemos que Jesus se identifica como esta videira verdadeira e assim como o antigo Israel, Jesus também foi simbolicamente tirado do Egito (Mt. 2: 15 ). Em sua conversa com a mulher Samaritana, Jesus – a videira prometida na benção de Jacó a José – está de fato escalando o muro da hostilidade entre os Judeus Israelitas e Samaritanos Israelitas  para unir estas duas partes do seu reino através de Sua pessoa, ensino e ações. De uma forma profundamente simbólica esta conversa ocorre perto de um poço que foi construído por Jacó, a quem foi dada a promessa!
Agora que nós analisamos alguns simbolismos relevantes do Antigo Testamento, vamos reler essa história através de um olhar diferente. Ela pode ter sido algo como


Jesus inicia uma conversa com a mulher: “Você vai me dar de beber?” Seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida. A mulher se sente segura com Jesus, pois, como ele não é de sua aldeia, ele não sabe sobre sua vida ou  mesmo quão deprimida ela pode ter se sentido durante meses. Em sua opinião, ele era parte relacionada de uma comunidade religiosa herética. Jesus não teria tido nenhum contato com os líderes Samaritanos Israelitas  de sua comunidade. Ela estava segura. Esta abertura da mulher para Jesus é muito semelhante aos trabalhadores cristãos que procuram fora aconselhamento para seus problemas familiares. As pessoas que conhecem e amam são agradáveis, mas também podem ser perigosas. Quem sabe?! Elas podem transmitir informações que em alguns casos podem terminar a carreira ministerial do trabalhador. Assim, em casos difíceis, os trabalhadores do ministério cristão costumam optar por pagar especialistas em aconselhamento que são independentes e não ligados à suas igrejas e ministérios. O especialista é seguro. É o seu trabalho. Isto é tudo. Nesse sentido Jesus era seguro. Ele não era um Samaritano, mas, Judeu.


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